segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Almas antigas.


Perguntava eu a meu bem amado:

Acaso crês tu em almas?

Diante de seu olhar estupefacto, prossegui:

Almas? não as penadas mas almas...

Aquelas (espíritos)...

Silêncio sepulcral. (Desculpem a trágica ironia)

É dificil por vezes conter minha sina atroz por humor mórbido

(Lá vem a exdrúxula combinação de palavras e a maldita ou seria bendita?

prolixidade?...)

Esqueçamos as figuras de linguagens, (se é que estas acaso o são).

Prossigamos.

Não esperava eu tal recepção ter (Um olhar estupefacto e um silêncio sepulcral).

Contudo ele permanecia assim:

Em incômodo silêncio.

Confesso, querido André.

Mas que teu silêncio.

Teu olhar estupefacto inquietou-me.

Teria eu dito alguma tolice?

Uma heresia?

Ou apenas este seria apenas mais um de meus defeitos femininos:

Falar de tudo ao mesmo tempo?

No entanto, minha curiosidade sempre foi muito maior que minha prudência.

E prossegui:

Almas.

Almas antigas?

Espíritos antigos?

Você acha que os espíritos têm idade?

Mais silêncio, mais sepulcros...(Acho melhor desusar esta palavra, ( seria este um neologismo)? ah, parêntesis entre parêntesis! Mas que triste sina esta minha: Prolixidade inerente)

Voltemos pois:

Então ele mais complicou que explicou.

Não foi ruim.

Já que acostumei-me a sacudir pessoas com minhas indagações por vezes inoportunas.

Cá fiquei com meus pensamentos que agora elaboraram as mais díspares e insanas especulações em torno da idade dos espíritos.

Espíritos velhos são mais sábios?

Acaso eles por terem em tese vivido mais, saberiam mais??

Mais, mais dúvidas isso sim!

Triste sina a minha de viver em aporias...

Fiquei de pesquisar o senhor google, mas parecia-me tão impessoal.

Decidi-me então indagar gente comum:

Minha mãe, vó, vizinhos...

Enfim, qualquer um que ajude-me a elaborar tal estranha tese.

E digo estranha por que eu afinal nem espírita sou e com todo respeito á Kardec e seus seguidores: Nem pretendo.

Não é por nada não...

É porque não gosto de estar atrelada a nada.

A mim sempre apeteceu-me o gosto o benefício da dúvida.

Deixemos assim, afinal não aprecio mesmo coisas muito explicadinhas...

Costumo dizer que troco minhas amigas reticências por uma boa interrogação.

E assim prosseguirei.

E afinal você deve estar ai a perguntar-se:

Que raios esta insana busca?

Ensaio pois uma resposta:

Uai, saber se determinas características humanas são inerentes ao meio apenas

ou acaso trazemos nós como dizer? rascunhos...

Se somos rascunhos de uma vida qualquer perdida em algum passado.

O que levou-me a estas indagações?

Nada.

Bem, nada, nada não...

Pensava eu em explicar como um ser nasce tão diferente de sua família.

Como pode alguém pertencer a uma família X e ter características de Y?

Entenderam??

Bem, espero que sim.

De qualquer modo volto aqui e prossigo com esta busca.

Aproveito e pergunto á você:

E pra você, achas que os espíritos teem idade?

Fazendo amor.


Ingredientes para um fazer um bolo:


Pegue alguém que você ama.Pode ser qualquer um:Pai, mãe, tio, irmão...Mas eu recomendo especialmente:Uma criança ou um idoso.

Pode ser qualquer idoso também...Arranje uma receita bem simples...Nada de bolo de caixas...arhg.Permita-se fazer seu próprio bolo.

De posse da receita:Reuna preciosos materiais:Amor e tempo.Sim, não há como se fazer bolo sem amor...E bolo apressado, é um horror.Comer bolo quente? Nem pensar...Arrume os apetrechos...Bacia, colher de pau (Sim, nada de batedeira)Bom é bater a massa na colher de pau...E após ve-la pronta...Pendura-la e ver a massa correr fina...(Como minha mãe fazia...)

Se tiver uma criança...Deixe ela untar a forma...Será uma graça ve-la amanteigadae enfarinhada...Quando você colocar a massa na forma...deixe a criança passar o dedo na bacia...Pode não ser muito higiênico...Mas deixa a criança feliz...


Coloque o bolo pra assar...E comece a rezar para que não fique solado...Mas se ficar, não tem problema...No outro você acerta.

Enquanto isso, prepare um bom café.Destes fortes, encorpados...

O café trará o aroma da força...Aproveite e ensine a criança...Apenas mostre e fale do café...

Se puder comprar café em sementes e moer...Melhor ainda...Se alguém não pode tomar café...

Prepare então um chá...Suave, refrescante...Pode ser hortelã...

Fale do chá também para a criança.

Se houver um vovó...Ele certamente apreciará falar dos diversos tipos de chás...

Recomendo que tenha um pé de hortelã no quintal...

Mas se você mora pendurado em um apartamento...Rogo á Deus que você tenha ao menos uma sacada...

Que nesta sacada, você coloque um girasol...Um pé de hortelã...e uma cadeira...e nela sente-se um pouco...

Se sua sacada for grande...Coloque:Duas cadeiras...Uma ao lado da outra...

Queria Deus que você tenha alguém para por nela...


Volte para a cozinha...Marque o tempo do bolo...

Ele pode queimar...Se isso ocorrer...Mantenha a calma...Sempre é possível salvar algum pedaço...

Não deixe a criança escapar...(Ás vezes elas fazem isso...)Mostre a ela, pelo vidro do forno...Que o bolo vai tufar...(Espero que não estufe demais...)

Não lave a louça agora...Isso seria prático...Mas desgastaria você...

Enquanto isso...Arrume a mesa...Escolha a mais linda toalha.

É, isso mesmo!A mais linda toalha que você tem.

Você quer guarda-la para que?Pra uma ocasião especial?Bem...Creio que esta seja a ocasião especial...

Gosto de toalhas brancas...Se não tem nenhuma...De-se esse presente...Compre uma toalha branca o quanto antes.

Você então vai dizer:Quer raios de bolo mais complicado!

E eu direi:Complicado não...Isso é delicadeza.

Toalhas brancas fazem tudo parecer mais delicado.E ressaltam qualquer coisa que você põem sobre elas...Louças,Talheres,Flores,Mãos...


Ah, mãos sobre a mesa...(Bem, isso é outra história)

Voltemos ao bolo...Creio que ele já esta bom...Agora é a hora mágica:Abra o forno...Deixe a criança longe...

Espete o garfo,O palitoOu a faca,Tanto faz...E veja se esta seco...

Explique isso pra criança...Não a deixe fora do processo.

Neste momento...O cheiro de bolo vai espalhar pela casa inteira...E logo aparecerão curiosos...(Bah, curiosos...)Eles nunca estão na cozinha...Mas adoram comer o bolo...

Tente não fazer cara feia pra eles...Pense que você poderia não ter nenhum curioso...E neste caso...Seria triste comer um bolo sozinho...

Desenforme o bolo...Outro momento de suspense...

É uma festa se ele sai inteiro...Agradeça á Deus...Não vá confeita-lo com nada...Isso só faria você gastar mais...

Perder tempo...

E pouco acrescentaria em sabor...

Além de aumentar as famigeradas calorias...


Agora...Sente-se com a pessoa que o ajudou a fazer o bolo...Parta o bolo com cuidado...

Olhe para os olhos da pessoa...Olhe bem...

Veja como eles brilham...A gula é uma coisa terrível mesmo...rsFaça uma graça...Um suspense...

Atice seu desejo...Se puder faça uma oração...Coisa breve...Nada de entendiar a pessoaCom ladainhas...

Se não puder...Diga apenas:“Estou feliz de partilhar este momento com você.”Não espere que a pessoa responda...Afinal ela pode ser tímida e ficar encabulada...Ou já esta com a boca cheia... Continue olhando para os olhos...Olhe...Olhe bem...Não perca este momento...

Tire seu pedaço do bolo também...Não seja bobo de ficar sem o bolo...Sinta o sabor...Sinta mesmo...

Se for nescessário...Feche os olhos...

E guarde para sempre este momento...

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Descoberta da cozinha.




Nos últimos tempos fiz incurssões á cozinha.

e desta vez fui para experenciar velhas receitas,

as minhas, de minha mãe, de alguns amigos.

E pra minha surpresa, encontrei-me com um mundo gratificante:

" A alquimia dos sabores, aromas e texturas"...

Ah, isso faz-me lembrar um premiado filme mexicano:

"Como Água para Chocolate", onde a protagonista faz da cozinha

uma oportunidade de marcar presença na vida de um homem e com

isso á muitos arrebata. Ve-la misturando elementos e apreciar o compartilhar

de seu alimento é algo reconfortante.

Penso que muitas pessoas não se aventuram na cozinha, por receio...

Ou,por não terem pra quem cozinhar...

Penso que esta seria então a oportunidade de convidar aquela amiga para juntas fazerem uma torta, ou convidar um vizinho para um almoço, ou uma criança para fazer um bolo.

Tenho até um poema sobre esta aventura (criança, bolo e cozinha) postado em minha comunidade: Clínica da Alma e posteriomente, postarei aqui.

Houve um tempo que cozinhar era aconhegante, reconfortante.

Um tempo em que vizinhos ofereciam pedaços de bolos gentil e desinterasadamente.

Em minha infância presenciei idas e vindas de pratos com bolos, os quais ao receber minha mãe sempre dizia: " Não se devolve o prato vazio!" E lá ia minha mãe ou vó, fazer algo ou mesmo colocar sobre ele uma fruta, ao qual eu levava cheia de orgulho do alto de meus oito anos...

Trinta anos se passaram e eu ainda trago comigo esta lembrança e o desejo de fazer um bolo simples e partilha-lo com vizinhos...

Ousaria eu bater em suas portas e ofertar o bolo sem o risco de uma estranheza qualquer?

Como reagiriam meus vizinhos a quem mau dou bom dia, se batesse em sua porta com um bolo num fim de tarde?

Não sei, mas acho que louca como sou, arriscarei-me á isso.

Se ocorrer, claro, venho aqui e conto tudo á vocês.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Hoje.



Hoje.

Se amas alguém hoje, fala hoje.
Não deixe para amanhã...
Poderá ser tarde demais...
Na madrugada amarga vou ficar e as palavras escravizar...
Já não sei mas que ironia maldita é esta vida...
Me perdoem o desabafo e a triste agonia
Quem vos fala é amiga, Betha, Bê, Betânia, Maria...aquele que quase sempre é feliz..
Quando a vida não me faz sangrar...
Eu gostaria de pedir q hoje mesmo que você abrace bem forte todos aqueles que ama... abrace-os enquanto estão perto...
Olhe em seus olhos, fique em seus colos, coloquem-os no colo...
Amigos, digam em alto e bom tom, olhando fixo nos olhos:
Meu pai eu te amo.
Minha mãe eu te amo.
Meu irmão eu te amo.
meu amigo eu te amo.
Não tenha medo do ridiculo...
Tenha medo do remorso que pode te ocorrer, quando enfim, ao alcance das mãos, não mas puder ter.

In homenagem ao grande homem que me iniciou na busca do Conhecimento e dos valores eternos, de honra, amor e verdade: Walter Ampuero.



Não há justiça.


Não há justiça.
Não importa o quanto você clame, exaspere-se, rasteje.
Não há justiça.
Todos vão esperar que você sorria sempre...Que continue acreditando...
Seja educado, gentil, cortez.Não seja!Não há justiça.
Não há mas por que prosseguir...
Todos os navios avariados, estão encostados no estaleiro, sob a fria névoa...
Não há justiça.
Pare de clamar.
Páre de orar, os deuses todos ensurdeceram...
Desfaça a mala.
Retire a maquiagem.
Não há justiça.
Páre de acalentar sonhos e ilusões...
Não há justiça.
Hoje todas as preces ferem minha alma...
Eu tentei, tentei inúmeras vezes...
Mas sou apenas mais um navio no estaleiro...
As canções todas esqueci...
Trago em mim, pequeno trecho de uma que embalou-me por alguns meses...
Os homens legislam sobre tudo, esquecem eles que não há justiça;
portanto o legislador é um mais um tolo...
Não há justiça.
Criarem crenças, amuletos e superstições...
Há quem adore um gordo homem, a quem adore um magro homem, crucificado numa cruz...
Há quem creia em benzedeiras...
Não creio mas em nada.
Não há justiça.
Ainda há em mim um enorme potencial de amor...
Não sei o que fazer com ele...
Não quero mas prosseguir...
Quero que me seja dado o direito de desistir da caminhada...
Prossigam vocês que ainda creem...
Prossigam vocês que permancem em alto mar, suportando os ventos e tempestades...
Não sei de mim...
Não sei de nada...
Meus versos já não tem rima...
Minha canção desafinou...
Minha antiga prece emudeceu em meu peito...
Vou prosseguindo porque não posso afrontar os que amam...
Os loucos que me amam...
Então como prêmio mórbido, vou seguindo em luto de sangue...
O sangue de todos os homens justos, que foram dilacerados...
O sangue de todos os inocentes que cometeram o único pecado de sonhar.
(Quando todos os sonhos e promessas desfaleceram)

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